Crítica: Head-On (2004)
Gegen die Wand
Faith Akin, Alemanha, 2004
Vencedor do Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim, Gegen die Wand foca a sua narrativa nas vidas de Cahit e Sibel, dois jovens originários da Turquia a viverem na Alemanha.
O primeiro encontro tem lugar numa instituição médica, e a partir daí as suas vidas unem-se numa espiral de acontecimentos que os irão mudar definitivamente.
Tal como as suas personagens, o realizador Faith Akin é de origem turca e é com total naturalidade que se movimenta nos meios emigrantes da sua nova casa, mostrando o apego dos mais velhos às suas tradições islâmicas e o desejo de ocidentalização dos mais novos.
Correndo as quase duas horas e meia de duração, Gegen die Wand possui um ritmo admiravelmente rápido, em grande parte devido à forma leve como aborda certos temas que parecem já não chocar ninguém, ás boas interpretações do par principal e também ao uso de técnicas de câmara e imagem que mantêm o espectador em constante atenção.
A presença dominante da música em todo o filme também contribui para esta característica. Durante as várias saídas à noite ouvimos clássicos da pop electrónica dos anos ’80 como Depeche Mode ou Sisters of Mercy, mas também de referir os interlúdios preenchidos por segmentos de música tradicional turca interpretados numa das margens da capital turca.
Este é um bom exemplo onde a palavra entretenimento não assusta ninguém. No entanto, a narrativa e o formato convencional, apesar de descontraído e com o pé no acelerador, mostram a falta de uma marca individual que talvez se pode observar nos trabalhos de outros alemães como Tom Tykwer de Lola Rennt.
Isto não invalida que se aprecie uma boa história contada de uma forma inteligente, dando atenção aos pormenores, figuras e situações laterais que ajudam a dar maior profundidade ao filme.
6/10
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