Clássicos: Bob Le Flambeur (1955)
Bob Le Flambeur
Jean-Pierre Melville, França, 1955
Bob não consegue parar de jogar.
Bob Montagne é um antigo pequeno criminoso de meia-idade que decide dar um último golpe antes de se retirar.
O primeiro film noir do realizador francês Jean-Pierre Melville, uma homenagem aos gangsters norte-americanos, acabou por ser ele próprio uma das principais influências da nova geração de realizadores franceses surgida nos inícios dos anos sessenta, conhecida como Nouvelle Vague.
Após uma vertiginosa descida ás difíceis ruas de Montmartre, é-nos apresentado a personagem principal e aqueles que com ele convivem.
Um desconhecido Roger Duchesne encarna de forma brilhante Bob, dotando-o de todas as características que constituem a sua personalidade complexa e permitindo-nos compreender a razão do seu ser.
À sua volta vários jovens actores ajudam a criar o habitat natural em que se move este homem da noite. Entre estas personagens encontramos Paolo, um inocente aprendiz de bandido, Anne, uma rapariga fascinada pelo perigoso mundo do crime e ainda o Inspector da Polícia dividido entre o dever e a amizade que o liga a Bob.
Os acontecimentos desenrolam-se numa sequência de diálogos corriqueiros disparados a grande velocidade, e grandemente improvisados. Uma liberdade que agradava aos novos aficionados do grande écran, que fizeram das ruas os seus palcos.
Na parte final o filme desenvolve para a planificação e execução de um assalto a um Casino, característica dos Capers, tipo de filmes bastante popular e que anda de mãos dadas com muitas desventuras criminosas. O argumento cabe a Auguste le Breton, um dos maiores do género.
Carregado de estilo, inerente tanto ás personagens como aos locais e situações, Bob Le Flambeur inaugurou uma sequência de filmes do realizador francês que culminariam no clássico Le Samouraï de 1967.
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