Crítica: Broken Flowers (2005)
Broken Flowers
Jim Jarmush, EUA, 2005
Após o episódico Coffee And Cigarettes lançado em 2003, o realizador norte-americano Jim Jarmush regressa a um enredo mais convencional, no entanto sem se afastar das suas marcas características.
Novamente observamos diferentes culturas interligarem-se através dos vários personagens.
Don é um caucasiano de meia-idade confortável na vida mas solitário, cujo melhor amigo é o seu vizinho Wiston, um caribenho muito bem casado, que aparece em sua casa mesmo sem convite.
O pacato dia-a-dia de Don é abalado quando recebe um misterioso envelope rosa. Instigado pelo seu vizinho, Don parte á procura do seu possível remetente, e ao mesmo tempo á procura de si mesmo.
Apesar de não marcarem presença nomes exteriores ao cinema, como já havia anteriormente Tom Waits por exemplo, Broken Flowers conta ainda com a participação de Jeffrey Wrigth, e Sharon Stone, Jessica Lange ou Tilda Swinton como ex-namoradas de Don.
Bill Murray, que depois do seu regresso aos grandes desempenhos com Lost In Translation ou The Life Aquatic With teve Zissou, mais uma vez se associa a outro grande nome do universo indie americano, produz mais uma bela actuação; minimalista, bastante controlado e com uma frieza e indiferança perante o exterior que ao mesmo tempo arrepiam e obrigam-nos a esboçar um sorriso.
Tal como nos seus primeiros filmes, em Broken Flowers Jarmush recorre a fade-to-blacks para dividir as cenas, entre elas uma já recorrente em que a personagem principal apenas está, atónito e totalmente alienado.
O ritmo pausado do filme é deliberado, mas torna algo aborrecido o desenvolvimento da história, e com a utilização de uma luz excessiva que quase torna branca toda a imagem, apenas o rosa contrasta e dá uma força exterior ao filme.
Vencedor do grande prémio do júri em Cannes, Broken Flowers fica algo longe da genialidade da sua estreia, ou da originalidade de outros títulos.
6/10
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